Novos Horizontes - Gaius Drummond

Qui Fev 04, 2021 1:41 pm

Gaius Drummond

Gaius e Steve preparavam-se para sair, estavam apenas finalizando algumas pendências e desligando as luzes, quando uma menina de cabelos vermelhos, que não aparentava ter mais de 18 anos e um homem alto de pele escura, surgem na porta e adentram o gabinete sem pedir licença. O Senador franze o cenho ao se deparar com os dois indivíduos.

- Já estamos fechando o escritório - diz ele sem dar muita importância para os dois e terminando de juntar seus pertences - Aconselho vocês a irem para casa agora ou irão acabar dormindo neste prédio hoje por conta do tornado.

- Você é Gaius? - pergunta o homem, rispidamente, sem apresentações.

-

Não, sou a Nanny People - desdenha - Como entram em um local e não sabem onde estão? Aliás, tem uma placa na porta com meu nome. Agora, por favor, realmente estamos indo embora, se precisam de algo peguem um cartão em cima do balcão. Tem o número de telefone e um e-mail corporativo, Steve atenderá vocês - Gaius lança um olhar para a menina - Tem certeza que é eu que estão procurando? Você, pequena, com esse cabelo e estilo tem cara de que curte os Liberais.

- Babaca - cochichou - Precisamos da sua ajuda agora! - insistiu a garota irritando-se - Precisa vir conosco, Senador.

- Já disse! Volte amanhã e Steve atenderá vocês.

- Você quer vir com a gente, Gaius... você vai conhecer a fábrica Halley com a gente.

- Fábrica Halley? Com vocês? Eu nunca... Eu vou! - Um desejo interno imenso atingiu Gaius, por algum motivo desconhecido ele queria conhecer as instalações abandonadas da antiga fábrica de pneus.

- Steve! Mudanças de planos... vá para minha Casa e leve minhas coisas, eu vou para a até a antiga fábrica Halley - disse com normalidade.

- Para onde? - questionou seu assessor indignado - Está ficando maluco, tem uma tempestade lá fora, Gaius, e você quer ir para uma fábrica abandonada?

- Fique tranquilo, Steve. Não irei sozinho, estarei na companhia destes dois.

- Isso só pode ser brincadeira. Não vou deixar você fazer isso. Você está estranho e tenho certeza que tem algo acontecendo por trás disto. E vocês aí, saiam imediatamente daqui ou chamarei a segurança.

- Acabe logo com isso, Violety - pediu o homem moreno que a acompanhava - A Profeta tem pressa.

- Ei, Steve - chamou a menina - Vá para a casa dele urgentemente e deixe-o ir até a fábrica.

- Hum? Irei agora mesmo - Steve pegou sua maleta com uma mão esquerda, já o braço direito ele posicionou em frente a sua barriga, empilhando um fileira de livros - Nós vemos amanhã, Gaius - e saiu do escritório sem delongas.

- Como foi rápido pra ele mudar de idéia - estranhou - Espera aí...

- Vamos então, sr. Senador - interrompeu a garota - Não podemos esperar mais, como você mesmo disse, há um tornado lá fora - Os três seriam do gabinete, mas apenas Gaius pegou o elevador. Os dois indivíduos sumiram sem Gaius perceber.

Por ter um alto cargo no governo, não precisava passar pelas portas com detectores de supers na Fortaleza Venuziana. Desceu do elevador e caminhou pelos corredores lotados de pessoas se abrigando da chuva. Ao chegar no estacionamento, notou que Violety e seu acompanhante já lhe esperavam próximo à porta. O tempo lá fora era horrível, uma forte tempestade atingia a cidade. Nos noticiários, informavam que alguns bairros já estavam sem energia. A zona portuária fora severamente atingida e ruas estavam alagadas. Os três entram no carro e colocam o cinto, Gaius iria dirigindo.

- Qual o nome de vocês mesmo? - Perguntou enquanto ligava o carro.

- Eu me chamo Violety e ele Axel... Não era mais fácil termos se teletransportado com ele? - perguntou a garota para Axel.

- Chamaria muita a atenção. Vamos de carro, está um tempo lindo lá fora mesmo - ironizou o super.

A viagem foi rápida e silenciosa. Ninguém falava nada. As ruas estavam vazias e apenas veículos de emergência, como ambulâncias e bombeiros, circulavam. A antiga fábrica Halley ficava localizada próxima à uma rodovia interestadual. Não havia muitas residências em sua volta. Era um grande galpão metálico, cercado de tapumes pichados e boatos diziam que o local era utilizado para o tráfico de drogas, mas era negligenciado pela autoridades. Gaius estacionou sua Volvo debaixo de uma árvore. Violety e Axel foram os primeiros a descer e pediram para que os senador os seguisse. Gaius correu para dentro da fábrica, fugindo da chuva. Era um local escuro e com o ar sombrio. Os três seguiam em direção a uma luz alaranjada, provavelmente fogo. Neste momento, um pensamento surgiu na mente de Gaius e ele começou a se perguntar o que de fato estava fazendo ali...

Vida: 22
Energia: 4/4

Qui Fev 04, 2021 2:10 pm

A Fabrica Halley estava escura, o vento assobiava uma canção melancólica do lado de fora, a chuva palpitava o telhado metálico do edifício. Na parte dentro, escuridão e muitos tonéis com fogo estavam espalhados pela fabrica. No meio dos tonéis, um grupo de pessoas se reuniam na volta de uma mulher negra. A multidão abria caminho para Gaius. Violety e Axel paravam logo atrás do homem.

- Gaius. É bom finalmente conhecer você, aproxime-se por favor.- A mulher fazia um sinal para que ele se sentasse em uma cadeira estofada de madeira. - Nesse momento, vejo que os poderes de Violety estão se desfazendo e você está se perguntando " O que estou fazendo aqui? ", eu vou lhe dizer. Mas antes, sente-se por favor.

As pessoas na volta o olhavam torto, alguns assustados e a maioria o conhecia. Principalmente pelo seu partido no governo de Andrômeda.

Qui Fev 04, 2021 3:01 pm

Gaius Drummond

Gaius retoma a consciência, assustado, ofegante e com centenas de rostos desconhecidos em sua volta. Se lembrava de tudo, mas era como se não fosse ele que tivesse ido até lá. Pensou em fugir, mas Violety e Axel estavam atrás de si, já à sua frente, uma senhora negra, com longos cabelos escuros caindo até suas costas. Ela era cega, seus olhos eram brancos, mas pareciam mais vivos que o normal. Sentou-se, acanhado, sem entender o que estava havendo. A mulher negra falava em como sua presença naquele local era aguardada. Olhou em sua volta novamente com mais atenção e notou que haviam supers. Neste momento sua ficha caiu.

- Prestem a atenção, aberrações! - enfureceu-se mesmo sentado na cadeira - Saibam que o que fizeram é algo criminoso. Imperdoável! Estão mexendo com um Senador do Estado, da sua República! Eu exijo que me deixem ir embora agora mesmo e nós podemos esquecer tudo isso. Agora, se fizerem alguma coisa comigo... Andrômeda saberá, a Presidente Garden saberá, e todos vocês morrerão!

Vida: 22
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Qui Fev 04, 2021 3:07 pm

Todos o observavam, alguns com olhares de reprovação, outros com ódio, mas nenhum com vontade de mata-lo ou machuca-lo. A Proveta não mudou sua expressão, continuou o olhando.

- Ninguém machucara você Senador, você pode ir assim que quiser, mas temo que sua vida esta em risco, um Super-Humano chamado Agnes, está atrás de você, podemos proteger sua vida e sua identidade, isso, se você permitir, sabemos sobre seus poderes e que você esconde isso de todos, não se preocupe, ninguém aqui contará sobre você. Agora, com a força do destino, você se tornou um de nós. - Ela sorria segurando a mão direita de Gaius.

Qui Fev 04, 2021 4:38 pm

Gaius Drummond

Gaius percebe os olhares de reprovação e ira lançados sobre ele, mas não se importava, sua soberba era maior que seu medo. A Senhora negra segura a mão direita de Gaius, falando que ninguém ali iria lhe machucar.

- Não toque em mim, velha cega - ele recolhe seu braço - Eu não sou um de vocês! Nunca serei. O que está acontecendo comigo logo passará, e nós humanos normais encontraremos uma cura. Toda essa insanidade irá acabar e nossas vidas voltarão ao normal, com pais levando seus filhos para passear sem se importar com o medo de serem mortos por... estas coisas - apontou para um super-humanos deformado - Eu irei embora agora! Não tentem ir atrás de mim, repito EU NÃO SOU UM DE VOCÊS! Não sou, não sou, não sou, não, não... - sua respiração fica mais ofegante, ele cai de joelhos no chão frio e começar a rir, uma risada profunda mas que transmitia tristeza, logo o riso se transforma em choro, que aumentava cada vez mais e em instantes Gaius, parecia uma criança desamparada.

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Qui Fev 04, 2021 4:45 pm

A moça levantou-se da cadeira e se ajoelhou na frente de Gaius. Não se importava se suas roupas estavam sujando ou se seus joelhos estavam doendo,ela o abraçou. Como um reconforto para o rapaz.

— Você não está sozinho Gaius, você deixou-se cegar pela soberba e Luxúria. Todos nós aqui lutamos pelo bem e pela paz das pessoas, tanto Super-Humanos quanto humanos.- Soltou o rapaz e se levantou, segurou as duas mãos dele para levantar-se também, o rosto da mulher estava virado para o nada, mas sentia Gaius a sua frente.

- Estaremos aqui por você, você pode ir se quiser.

Qui Fev 04, 2021 5:10 pm

Gaius Drummond

No momento de choro e angústia Gaius foi abraçado por aquela senhora pequena e magra, judiada pela idade. O calor de seu corpo o confortava, a tempos não ganhava um abraço sincero, pelo nos ele achava que este era sincero. Ela o solta e segura suas mãos, levantando-o. Gaius seca as lágrimas de seu rosto e encara o olhar branco da senhora.

- O que vocês querem comigo? - pergunta ainda soluçando - É dinheiro? Eu posso ajudá-los, mas não contem isso a ninguém. Isso vai contra tudo o que eu defendo. Meu vida pessoal, meu trabalho, tudo está em jogo. Porém me deixem ir depois, por favor - começa a chorar novamente.

Vida: 22
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Qui Fev 04, 2021 5:27 pm

Ela sorri para Gaius, mesmo que ela não o veja, sabia que estava chorando. Com sua mão direita ela secou um das lágrimas que escorria pela bochecha do homem.

- Gaius, um homem, chamado Luz da Manhã, está preso em uma esfera de aço, ele tem o poder para derrotar Agnes, ele é um ser maligno, uma monstruosidade, ele não é humano e não é um Super-Humano. Você precisa encontrar Luz da Manhã e salva-lo.- Enquanto a mulher dizia, um tira a acertou na barriga.- AH...

A mulher começava a cair para trás. Uma fita de sangue escorreu por sua boca. De repente dois camburão da Elite cercavam o perímetro e muitos homens armados entravam atirando nos Super-Humanos que corriam desesperados.

- Naaaao! - Violety correu na direção da Profeta e logo levava dois tiros nas costas. Axel via tudo de longe, um tiro o atingiu na cabeça. Também caia no chão. Pessoas gritavam de desespero enquanto eram massacradas pela elite.

- Gaius...Salve o Luz da Manhã.- A voz da profeta estava fraca. Os soldados da Elite evitavam atirar em Gaius, sabendo que ele era o Senador.

Qui Fev 04, 2021 11:48 pm

Gaius Drummond

A Profeta, como era chamada, explicava para Gaius sobre uma missão. Salvar Luz da Manhã. Quem diabos era Luz da Manhã? E por quê eu tenho que salvar ele?. Nada ali fazia sentido. Na verdade, aquele dia em si não fazia sentido. Gaius desejava que tudo fosse parte de um sonho e que ele logo acordaria nu ao lado de Mônica, mas toda aquela loucura só estava começando. Enquanto a Profeta falava, um tiro lhe atingiu a barriga, a velha caia, mas o Senador a segurou. Logo dois camburões da Elite de Caça adentraram a fábrica Halleys. Militares fardados da cabeça aos pés desceram a começaram a atirar para todos os lados. Miravam especificamente na cabeça dos super humanos e também das pessoas que não aparentavam ter poderes. Tudo virou um pandemônio. Tiros, gritos e sangue. A silenciosa fábrica abandonada se transformou em apenas alguns instantes em um abatedouro.

Violety corria para ajudar a velha cega quando foi atingida pelas costas, não uma, duas vezes. Caiu no chão e ainda tentou rastejar, mas sem sucesso. Axel teve o mesmo fim, porém rápido e indolor. Foi atingido na cabeça e desabou imóvel. A Profeta ainda falava algumas palavras quase inaudíveis. Gaius se ajoelhou, e deitou a idosa sobre ele.

- Calma, calma. Vai passar - disse enquanto chorava - Tudo isso vai passar logo.

- Gaius...Salve o Luz da Manhã - Guinchou suas últimas palavras e então ficou imóvel. Desta vez seus olhos pálidos perderam todo o brilho e vida que outrora tiveram. Gaius acariciou seus cabelos levemente e fechou suas pálpebras, deitou-a no chão e se levantou, mas permaneceu no mesmo local, sem conseguir mover as pernas.

Gritos de dor e sofrimentos ainda ecoavam. Homens e mulheres corriam desesperadas para qualquer saída que encontravam, mas muitos eram abatidos sem nenhuma piedade.

- Senador Gaius - Gritou um soldado, aproximando-se - Graças a Deus achamos você.

Gaius nada disse. Em choque, só conseguia olhar horrorizado todas aquelas pessoas serem mortas cruelmente. Haviam muitas crianças entre elas.

- Sr. Senador! Sou o major Grives - apresentou-se um soldado, batendo continência - Foi um milagre termos lhe encontrado. Mais alguns minutos e poderia estar morto nas mãos destes monstros. Está ferido? - perguntou mas não obteve resposta.

O Senador andou até o corpo já sem vida de Violety e fitou-o. Seus cabelos eram da cor do seu sangue. Novamente Gaius não emitiu nenhuma palavra. "Tão nova", pensou, "Tinha uma vida inteira pela frente".

- Eu fiz isso - Finalmente falou. Não chorava, pois não conseguia. Apenas observava toda a carnificina - A que custo? "Que Deus possa ter misericórdia de todos eles e de mim". Fez o sinal da cruz.

Os gritos e os tiros cessaram. Não havia mais ninguém para morrer. O Senador foi amparado por um grupo de paramédicos que chegaram logo em seguida, levaram-o para uma ambulância no lado de fora. Checaram se haviam ferimentos. A tempestade continuava. A terra molhada agora estava manchada com a marca de pegadas vermelhas. Um carro preto de luxo chegou a toda velocidade. Steve foi o primeiro, seguido de Melanie Wilford, sua mãe e Augustus Drummond, seu pai. Correram em direção ao filho.

- Meu querido! - Dizia a mulher desesperada, abraçando o filho - Alguém da segurança daquele prédio terá que ser responsabilizado! Incompetência! Amadorismo!

- Aqueles monstros - falou Augustus - Se eu ainda estivesse no Senado isso nunca teria acontecido. Amanhã mesmo falarei com Gowbbs. Basta! Essa loucura tem que acabar imediatamente!

Gaius nada dizia. A única coisa que conseguia raciocinar era "Luz da Manhã".

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