Andrômeda
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Gaius Drummond
Gaius Drummond
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Data de inscrição : 26/01/2021

Consulta1 - Gaius Drummond  Empty Consulta1 - Gaius Drummond

Dom Fev 07, 2021 12:13 am
Gaius Drummond


- Bem vindo, Senador Gaius. Me chamo Lauren Collins - apresentou-se a psicóloga. Era uma mulher de 45 anos, era loira e usava óculos e um vestido preto que cobria suas pernas até a altura dos joelhos.

- Bom dia Dra. Collins, mas pode me chamar apenas de Gaius.

- Sente-se aqui e fique a vontade. Quer um pouco de suco ou prefere uma água gelada?

- Ah, não preocupe, trouxe um pouco de whisky - tirou de seu bolso um pequeno cantil, abriu-o e bebeu um gole. Depois sentou-se no sofá indicado.

Lauren pegou uma garrafa de água gelada e colocou na mesa de centro, entre sua poltrona e o sofá.

- E então, Gaius. Qual o motivo desta sua consulta hoje?

- Eu me sinto estranho, doutora. Meus últimos dias têm sido um verdadeiro inferno.

- E como você realmente se sente - perguntou Dra. Collins.

- Mal. Muito mal. Eu não sei explicar muito bem - repondeu Gaius.

- Acompanhei nos noticiários o seu sequestro. Acha que consegue relacioná-lo com este seu sentimento?

- Está diretamente ligado com o sequestro. Pelo menos foi isto que me fez vir até aqui... há outras coisas também.

- Entendo. Você se sente a vontade para contar o que aconteceu no local?

- Posso lhe fazer uma pergunta antes de responder isto? - perguntou, bebendo outro gole em seu cantil depois.

- Pergunte.


- Posso confiar em você para contar tudo?


- É claro que pode confiar em mim, Gaius. Não posso contar nada do que acontece com meus pacientes, é ilegal. Além disso, seria algo muito antiético.

- Ótimo. Então sim, posso lhe dizer o que realmente aconteceu.

- Quando se sentir confortável, ok.


Gaius pensou em como poderia começar contar a história. Bebeu mais whisky. Notou que suas mãos começaram a tremer, sacudiu-as levemente para ver se passava, sem sucesso. Coçou a cabeça, balançando-a em um movimento de negação. Tentou falar mad não conseguiu, então mordou os lábios. Começou a chorar.

- Ei, Gaius - Dra. Collins colocou suas mãos em cima das do Senador e segurando-as - para superarmos nossos medos e traumas, precisamos colocá-los para fora. Estarei aqui para te ouvir e aconselhar em tudo que precisa. Nesta sala ninguém irá te julgar.

- Certo - secou as lágrimas, soltou um forte suspiro - Vamos lá... Eu estava em meu gabinete preparando-se para ir embora. O tornado tinha chegado à cidade e eu não queria ficar preso na Fortaleza Venuziana. Enquanto apagava as luzes uma jovem garota de cabelos vermelhos e um homem moreno alto chegaram e, ah Violety... - bebeu mais - Desculpe, se eu não fizer isso não vou conseguir terminar... continuando, a garota falou que precisava de minha ajuda, eu a ignorei. Eu estava com pressa, doutora. Ela então falou que eu iria até a anriga fábrica de pneus Halley e a partir dai tudo ficou confuso. Eu fui até a fábrica sem questionar. Chegando lá retomei minha consciência e estava num local escuro com centenas de pessoas em minha volta. Super-humanos em sua maioria. Uma idosa cega falou comigo. Ela me apoiou. Nenhum deles me machucou. Nenhum deles merecia aquilo....

- Aquilo o quê?


- Em questão de segundos a Elite chegou, desceram atirando em todos. Haviam crianças ali, doutora. Crianças. E Violety... foram dois tiros. Me pergunto se ela sofreu.
- Então a cena das mortes ficaram em sua cabeça? Veja bem, quando presenciamos momentos de tensão ao extremo, que envolvem mortes de entes queridos, é normal passarmos por esta fase de negação, de medo constante de sair de casa e procuramos um consolo em vícios, como a bebida.

- Não são apenas as mortes que me atormentam - Levantou-se e caminhou até a janela. O dia lá fora estava ensolarado - Nunca pedi isso, mas sou... um...

- Continue, querido. Lembre-se, estou aqui para escutar.


- Eu sou um super, doutora. É isto.


- Ah - por alguns instantes Lauren ficou sem resposta. Era algo que não esperava.


- Chocada? Está vendo, minha vida é um inferno - voltou para o sofá.


- Não vou mentir, Gaius. Eu não esparava isso vindo de você. Se analisarmos a situação agora, você renega o seu "verdadeiro eu". Este é o problema, uma crise de identidade lhe atinge. Quando descobriu?

- Há alguns dias. Fiz acidentalmente uma caneta flutuar até minha mão. Após ler e treinar um pouco, aparentemente eu tenho o controle sobre o campo eletromagnético. Porém nada sei além disso. Desculpe, mas não me iria mostrar aqui.

- Fique tranquilo. Não irei pedir isso. Gaius, é muito bom se abrir as vezes. Se tem alguém em quem confie e que possa conversar, converse. Se abra e fale o que está sentindo. Sei que vai ser difícil manter essa vida, esconder-se e continuar no Senado, mas siga firme. Mantenha a calma e se controle. Estarei aqui quando precisar, querido. Podemos marcar uma próxima sessão para daqui a quatro dias?

- Podemos sim, Dra. Collins - Gaius levantou-se e abraçou a psicóloga - Obrigado por estas palavras. Estava precisando me abrir com alguém.

Os dois se despediram. Gaius desceu as escadas do prédio onde ficava o escritório. Sentiu-se mais leve, embora ainda confuso para saber como iria seguir em frente. Ligou seu carro para voltar para casa. No meu do caminho, parado no farol viu uma garota de cabelos ruivos. A menina segurava uma placa escrito "Precisamos de Paz. Apenas a união nos salvará". O Senador refletiu sobre aquelas palavras. Paz, união. Era isso. Não seria a segregação de Gowbbs, nem o terrorismo dos Anômalos que acabaria com aquela guerra. A história de Venuza precisava ser mudada. Alguém deveria fazer algo. Pessoas normais, escondidas dos holofotes já deveriam estar agindo naquele momento, e elas precisavam de ajuda. Estava na hora de entrar no trem rumo a mudança, para acabar com a insanidade que aflingia o país e que tirara tantas vidas. Era a hora. Gaius, ali no farol, ligou para Steve.

- Steve! - disse eufórico.


- Senador, o que foi? Onde você está? - falava o rapaz preocupado por conta dos últimos acontecimentos.

- Ligue para o Senador Michael e para a senadora Judith, fale que quero falar com os dois. E também tente marcar algo com a Presidente Garden.

- Michael do PNV e Judith do PLV? E falar com a Presidente Garden?


- Sim, Steve. Vamos colocar esse país nos trilhos. Precisamos unir a população em busca de paz. Tenho fé que ainda há sanidade neste país. Marcaremos um protesto pacífico.

Vida: 25
Energia: 4/5


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