Os Usurpadores - Zak Harington

-" Já faz um tempo que eu não vejo nenhum deles, já faz semanas que não encontro com X, Sarah, nem mesmo com Lucila ou Alice. Talvez eu esteja agradecendo por não me encontrar com Gaius."- Zac passava um café pela manhã. Era início de inverno e a temperatura começava a despencar cada semana mais. Usava um moletom vermelho e uma calça de moletom preta. Estava em sua cabana da floresta que usava como esconderijo e casa.
Ligou a TV que ficava presa sobre um painel grudado na parede de madeira firme. O jornal mostrava o acompanhamento dos protestos em frente a Fortaleza Venezuana. Sentou-se em seu sofá retrátil de dois lugares, cinza e de almofadas pretas.

-..."Seguimos acompanhando a entrevista dos Governadores, já somos mais de 500 pessoas em frente aos portões da Fortaleza Venezuana e queremos segurança, queremos poder sair para rua sem medo de acabar morto por um Super-Humano..."- Dizia uma entrevistada pela repórter.

- "A situação de Andrômeda e de toda Venuza tem se agravado, se continuar assim, as pessoas possam nos ver como ameaças novamente."- Pensou. Zak desligou a TV, o espelho negro do aparelho refletiu ele mesmo sentado no sofá e um quadro suspenso na parede atrás dele.
   O mesmo mostrava uma foto de Zak, sua esposa e sua filha no meio, os três de óculos escuros com a paisagem de uma praia ao fundo. Zak sem camisa, sua esposa de biquíni e sua filha com uma boia de piscina. Os três sorriam. Ao lado desse quadro, outro, Zak fazendo uma selfie dele com seus "pais", dois idosos que o mesmo passou a cuidar após ter fugido do hospital.

- " De um jeito ou de outro, eu sempre perco minha família."- Zak levantou-se e colocou um tênis para corrida. Pegou sua carteira sobre uma mesa de cabeceira pequena de madeira e foi até a saída.
   Momentos depois, o loiro andava em uma rua chique. Enormes casas, vizinhança calma e ruas bem cuidadas. Um silêncio avassalador, quebrado apenas por som das árvores quando o vento batia nelas e por pássaros sobre os telhados das casas. Após 2 horas caminhando, Zak parou em frente a um enorme portão de ferro com espetos ao topo.

- A casa dos meus pais...-Dizia para si mesmo. Caminhou até o portão e encostou nas barras de ferro opaco. Na lateral direita, havia um interfone com entrada por impressão digital. Curioso para saber se ainda estava registrado, Zak colocou se polegar direito no interfone.

-" Digital cadastrada, seja bem-vindo Zak Harington."- Um sorriso estampava o rosto do homem que sentia o portão destravar. Ao abrir um pouco, viu pela janela bem aí longe, sua mãe, ela tomava um chá, era servido por outro rapaz. A senhora sorria e dava dois tapinhas carinhosos no braço do rapaz. Não dava para ouvir o que diziam, mas a felicidade no rosto de sua "mãe" era evidente. Fechou o portão sem entrar.

- Essa não é a minha casa.-  Zak colocou o capuz de tecido de seu moletom vermelho e as duas mãos em seus bolsos e saiu andando. No meio da rua. Um carro passava desviando de Zak.

- Sai da rua maluco!- Gritou o homem do carro. Não se importou, seguiu sua caminhada. No fundo, sabia que já havia sido substituído, mas precisava ter certeza que estavam bem. Não demorou muito para sentir que alguém o seguia a 2 quarteirões. Zak parou de andar e tirou o capuz.

- Tá bem, quem está aí ?- Perguntou alto e em bom-tom.

- Deu para sentir seu cheiro a distância.- Um homem com patas de lobo, corpo de homem e rosto de cão parava logo atrás dele, junto do Super-Humano, uma mulher de cabelos loiros e uma enorme capa vermelha o acompanhava.

- Eu tomei banho antes de sair de casa...quem são vocês ?- Perguntou o loiro.

- Desculpe o meu cãozinho, ele tem sido muito mal ultimamente.- Dizia a mulher sorridente, suas bochechas eram rosadas e sua pele era lisa como porcelana.

- Kimberly já pedi para não me chamar assim!

- Quieto Saw, vá pegá-lo!- Gritou Kimberly apostando a mão para Zak. O lobo em uma velocidade incrível avança em direção ao homem.

- A é cãozinho? Vamos brincar...-Ondas elétricas escapam da mão de Zak e atingem o lobo que uivava ao sofrer o dano.

- Incrível!- Kimberly brilhava os olhos o observando.

- Você quer também? Sinto muito por você, sou caidinho por uma loira...- Zak lançava um raio em direção a mulher se vermelho que não saiu do lugar. Ela começa a absorver a eletricidade de Zak.- O que ?

- O que foi pilha Duracell, está sem energia?- Kimberly apontava seu dedo indicador direito para cima e estática circulava sua mão.

- Você também controla a eletricidade? - Espantado, deu uns passos para trás.

- Óbvio que não bobinho, eu roubo poderes. Você acabou de perder seus poderes.- Kimberly sorria, Saw corria ao lado de sua "Dona". A mulher aparentava ter 25 anos.

- O que?- Zak tentou usar seus poderes, mas nada saia.- Não é possível...

- Calma Choque-do-Trovão, você ainda é um Super-Humano, mas eu...agora tenho seu poder permanente...e o seu, pode voltar daqui a uma hora, um dia ou daqui a 50 anos, nunca se sabe.

- Quem é você e por que está fazendo isso?

- Me chamo Kimberly Starice, sou a ladra de Super-Poderes, meu amigo Saw consegue farejar Super-Humanos a quilômetros. E por que estou roubando eles ? Bem...por que eu posso...mais um aqui para você...- Kimberly apontou o dedo para Zak e um laser com diâmetro de uma bala, atravessava o ombro do homem que caia no chão. O laser por fim atingia um carro e explodia. Zak caído no chão enchia uma pequena poça de sangue.

- Até mais bonitão, na próxima, terei uns 100 poderes novos...ou mais....- Kimberly e Saw começam a desaparecer como hologramas.

Andrômeda estava em uma noite quente, o céu sem nuvens e recheado por milhões de estrelas. Holofotes dançavam apontados para o céu e um Slogan de holograma gigante de uma boca vermelha chamava para a Boate Lábios Doces, que se localizava ao centro de Andrômeda. O local era frequentado quase que diariamente depois que a guerra entre às duas raças acabou.
   Gigante, glamouroso, entrada com dois pilares de mármore e um longo tapete vermelho, que levava até às portas da boate. Vigiadas por dois seguranças. A fila incontável de pessoas se estendia por três quadras. O edifício de dois andares, sendo o segundo completamente de vidro e baixa iluminação com fumaça artificial. O helicóptero sobrevoa alguns arranha-céu da cidade.

- A Boate está ali!- Gritou Kala. As hélices do helicóptero abafam as vozes no veículo. Ela vestia um short cor bege, uma regata branca de seda e um tênis de corrida bege.

- Desculpa Kala, mas nós não vamos acampar para você estar vestida assim.- Zak também gritava.- Iremos enfrentar uma Super-Humana com poderes de raios e...

-...e qual poder ela me roubou?- Pergunto Kala continuando a frase de Zak.- Bem, eu consigo canalizar a energia das moléculas no ar e consertar essas energias em alguma região do meu corpo.

   Zak fica olhando para ela sem entender nada. Kala também o olha sem entender a reação dele.

- O que foi? Eu não esperava essa reação.

- Eu não entendi nada.

- Tá certo olha.- Kala fechava seu punho e apontava para Zak que estava a 1 metrô de distância. O punho direito de Kala começa a brilhar branco como uma aura saindo de sua mão.- Isso é energia concentrada. Com ela eu posso tanto solta-la com um super soco ou um raio de energia quanto usá-lo para um escudo ou proteção.

- Preparando para descer!- Gritou o piloto só helicóptero. O veículo pousava cinco quadras longe da Boate, ficando sobre um prédio empresarial de 12 andares.

- " Zak, Kala, estão me ouvindo?"- A voz calma de Raquel saia das laterais dos óculos para ambos ouvirem.

- Sim, qual é agora?- Kala descia do helicóptero correndo para longe da zona de pouso. Zak fazia o mesmo e ambos seguiam até o elevador. Estava escuro sobre o prédio e ventava muito naquela altura.

-" Receio que Kimberly esteja atrás de um Super-Humano dentro da boate, a DJ Íris está no local, pouco depois de os Super-Humanos serem deixados de ser caçados, ela revelou ser uma Super-Humana, esse é o alvo, esperem Kimberly e Saw darem as caras e os peguem de surpresa. E tem mais, deem os nomes de Ezaquial e Akala para os seguranças, consegui duas entradas VIP nesse nome. Boa sorte.."

- Viu faísca, seu nome é Ezaquial, caso perguntem.

- Eu também ouvi Kala, se você não se recorda, ela também me deu esses óculos.- Zak dizia um pouco nervoso.

   Já na boate, uma mistura de escuridão e iluminação invadia o lugar. A aglomeração lá dentro estava insana, muitas pessoas pulando, gingando, dançando, até se empurrando, dominavam a pista de dança. O som alto de música eletrônica estremecia os vidros da boate.

- Kala...essa missão é impossível!- Gritou Zak.

- Não escutei, o que !?

- Eu disse que...- O loiro era interrompido por dois homens que passavam no meio deles com copos de cerveja na mão.

- Zak?!- Kala perdia ele de vista. O mesmo para ele, Kala sumia no meio das pessoas, ao se dar conta, estava no meio da multidão.

- Kala!?- Gritou.

- Zak!?- Repetiu.- Merda. Onde ele tá...- Alguém pegava no ombro direito de Kala por trás. Ao se virar, Kimberly sorria para ela.

- Oi fofa...- Kimberly estalou os dedos e uma luz tão forte quanto um ‘flash’ cegava Kala.

- ZAK!!! EU A ACHEI...ZAK!!!- A dor da iluminação a causava tontura, dor de cabeça e mal-estar. Não conseguia enxergar mais nada. Sentia estar batendo nas pessoas atrás dela. - ZAK!!!

- Olha por onde anda!
- Sai da frente!
- Aí, você pisou no meu pé!

  As vozes baixas pela música, xingavam Kala que entrava em desespero. Sua visão era uma enorme mancha branca que não passava. As vozes e a música invadiam seus ouvidos até que passaram quando sentiu alguém a segurando.

- Calma Kala, estou aqui, te achei.- Zak leva Kala para fora da Boate. A mulher sentava na calçada mesmo. Estava zonza, suas vistas ardem e o borrão branco não desaparece.- Fracassamos.

- NÃO! Ainda dá tempo de pegá-la.

- Eu não vou deixar você assim.

- Zak, entra naquela Boate, ainda tem como pegar ela.- Kala ficava de pé. Cambaleou um pouco.- Não se preocupe comigo. Vá!

   Pensou, pensou, olhou para ela, olhou para as portas de entrada. Fez um cafuné em Kala.

- É melhor você estar aqui quando eu voltar!- Zak logo correu em direção a entrada. Os seguranças abriam a porta para o loiro apressado.

- Ei seu segurança, eu estou na fila a mais de 4 horas!- Gritou um homem careca segurança uma mulher de cabelos loiros ondulados nos braços.

- Não gostou é só sair da fila.- Respondeu o segurança com uma voz grossa e seria.

  Dentro da boate, as coisas não estavam melhores, a fumaça artificial criada por máquinas de fumaça lotavam o ambiente e dificultam a visão. Zak ligava os óculos e de repente conseguia enxergar tudo perfeitamente, como se todas as luzes e a fumaça tivessem sumido. Ao olhar a redor Kimberly o esperava parada logo atrás.

- Oi gatinho.- Ela estala os dedos criando aquele feixe de luz. Mas, não travessa os óculos.- O que ?

- Foi isso que você fez com a Kala não foi ?- Zak imediatamente segurou a cabeça de Kimberly com as duas mãos e a eletrizou. O sistema nervoso da Super-Humana fica confuso e ela perde a consciência quase que imediatamente, Zak a segura antes dela cair. O loiro a colocou sobre o ombro direito. - Hora de ir...lindinha.

   Ao sair da boate. Kala estava sendo mantida refém por Saw. O meio humano, meio lobo. As pessoas da fila apenas observavam a confusão.

- Vamos, solte ela...- Dizia Zak.

- Antes, você vai soltar a Kimberly, e nos deixar ir.- Exigiu Saw furioso. Seus dentes caninos rangem quase rosnando como um lobo. Saw segurava Kala pelos cabelos deixando seu pescoço exposto.- Se tentar qualquer gracinha eu rasgo a garganta dela.

  O silêncio da rua era cortado por dois helicópteros que sobrevoam a boate. As luzes se concentram em Saw. O lobo não parecia estar gostando da situação, mas se manteve firme.

- Zak.- Kala estava de olhos fechados, seus cabelos voavam com o vento das aeronaves.- Eu entrei nessa missão pronta para morrer, não entregue Kimberly.

- Cala boca!- Gritou Saw puxando mais seus cabelos.- Vocês não entendem, são iguais à Elite de Caça! Monstros!

- Vocês começaram os ataques Saw.- Zak se manteve firme. Sobrevoando, dois snipers miravam Saw. Uma voz dizia para os atiradores: "Nele não, na outra." As miras então foram para a cabeça de Kimberly que estava sobre os ombros do loiro.

- Você não entende!- Saw rosnava, sua voz estava trêmula e agitada.- Kimberly é tudo o que eu tenho! Os Garças...

   Um tiro atravessava a cabeça de Saw. O lobo soltava Kala e imediatamente caia de rosto no chão. Zak arregalou os olhos chocado com a situação. Esse não era o plano, ele pensou. Em seguida sentiu que esse não era o último tiro. Em um único salto para trás, o concreto do chão se estilhaça com outro tiro, que quase executou Kimberly.

- Raquel!!!- Gritou Zak enfurecido pelo fone dos óculos.- Esse não era o plano!

- "Zak, pare o que você está fazendo!"- Respondeu Raquel.- " Kimberly tem que ser executada agora!"

- A sangue-frio!? Como a Elite de Caça era acostumada a fazer?!- Gritou o loiro.- Não vou permitir.

- "Lamento Zak, você agora é um criminoso, cúmplice de ajudar Kimberly a ir contra o país, teremos de mata-lo."- Raquel terminava sua frase e outro tiro era disparado.


Vida : 20/25
Energia: 6/7