Andrômeda
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Kujo Issei
Kujo Issei
Mensagens : 7
Data de inscrição : 27/01/2021

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Qua Jan 27, 2021 11:38 am
Aquele final de tarde estava nublado. Raios de sol tingiam as nuvens no horizonte, deixando-as escarlates. O vento soprava por aquelas construções que outrora fluíam com o passar rotineiro dos urbanos, criando um assovio lugubre. Naquela parte da cidade não tinha nada. "Nada" era exatamente o que tinha. Um campo aberto rodeado de destroços que produziam eco audível até para os mortos.
Rouya olhava para a entrada daquele pátio ( supunha que era), enquanto conferia seu equipamento.
- おいアニキ、連中は来ないかも… ( Ei chefe, acho que eles não virão)- disse um dos acompanhantes, o mais novo.
- 心配するな。銃が必要のは俺らじゃないだぜ。( Não se preocupe. Não somos nós que precisamos do armamento)- respondeu Rouya.
Resolveu sair do carro e esperar fora, sendo prontamente acompanhado por seus acompanhantes, menos o motorista, que foi deixado ouvindo algum tipo de Enka no rádio. Respirou fundo, sentindo o ar pesado e empoeirado daquelas paragens. Olhou mais uma vez para o vidro do carro, que mostrava um jovem alto e atlético vestido de uma camisa vermelho-vinho e paletó branco impecável, com óculos escuros e barba feita. Visto que sua apresentação estava impecável, conferiu o relógio no pulso. Marcava 17:44 "Quem se atrasa 40 minutos para uma reunião de negócios? Pontualidade é um pilar da civilidade..." resmungou para si mesmo enquanto ajeitava outras coisas não tão aparentes.
- Logo estarão aí - falou Yamato, ajeitando sua lâmina ao lado, uma Katana com detalhes azuis-escuro. - Não é possível que tenham sido pegos.
- Ou talvez tenham, não me surpreenderia. Os federais estão no calcanhar deles. - manifestou-se Saru, baixinho e esguio, realmente fazia jus ao nome.
Neste momento, um carro esportivo entrou no pátio, irrompendo em um barulho alto demais para aquele ambiente soturno. Aproximou-se e dele saiu um homem de idade avançada, mas não o suficiente para ser chamado de idoso, parecia um italiano ou qualquer outra coisa " Todos iguais", juntamente com outros dois mais novos. Todos vestidos de terno preto. " Será que esses ocidentais só sabem vestir preto? Não devem ter mais nada no guarda-roupas..."
- Boa tarde, senhor Ishiyama. Pedimos desculpas pelo atraso. Despistar aqueles federais foi mais difícil que pensamos. - começou o homem, falava num sotaque carregado, algo do leste europeu. - Peço que não esteja enfurecido por isso.
- Bom, não vou falar que foram pontuais, mas os senhores não tiveram escolha. Não tem problema.
- Sim, entendo. Não tem sido fácil esses dias, vários dos nossos estão naqueles termos do Super-humanos, por isso estamos sob seus cuidados em relação ao nosso apoio. A procura tem sido grande nestes últimos tempos, mas espero que não esteja tão elevado quanto os outros fornecedores.
- Bem, na verdade a demanda está muito elevada, tão elevada que parte do carregamento terei de deixar por conta do nosso 運び屋( entregador). Eu peço desculpas por isso.
- Não ligue para essas trivialidades, mesmo assim tenho seu pagamento aqui. - olhou para um de seus capangas e este, tirou uma maleta do banco do carona. - 1,2 milhão de yenes, como combinado.
Com a maleta aberta diante de seus olhos, Ishiyama assentiu e pediu que abrissem o seu porta malas. De dentro, saíram alguns caixotes de madeira. Que foram entreabertos e conferidos pelo outro negociante.
- Este material é uma das poucas que deixam aqueles drones longe da minha propriedade. Se não fosse por ele, não sei onde eu estaria.
Com isso, os dois se cumprimentaram com um aperto de mão e se despediram. Rouya logo entrou no carro, junto dos seus e partiram.
- É bom que estejamos tão bem com esses russos- disse Yamato- apesar de não confiar muito neles, estão quase na ponta da lança com os cachorros.
- Bem, enquanto o governo usar aquela blindagem no drones, estaremos com os negócios rodando. - acrescentou Rouya- isso me lembra de que temos de passar no nosso território, vamos ter que inspecionar o nosso pessoal e tenho algumas perguntas para fazer...
- Isso inclui o distrito das luzes?
Para a sua felicidade, Saru, sim. Nossas garotas podem saber as respostas que eu procuro.
Saru comemorou silenciosamente, enquanto Yamato mudava a música do rádio. Pegaram a via expressa em direção a Andrômeda



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Chegaram no distrito comercial por volta das 20:25. A cidade estava apinhada de gente. Pessoas andavam pelas calçadas com a mesma tranquilidade de formigas em seus formigueiros. As luzes dos edifícios iluminavam os rostos dos transeuntes. Restaurantes estavam cheios e shoppings vendiam como nunca. Neste distrito comercial, na parte central de Andrômeda, o movimento era grande, desde atrações de teatro, musicais, filmes, até os pubs e bares, nenhum estabelecimento estava livre de clientes. Para ele, aquela visão de paz e abundância trazia um sentimento inexplicável, era uma satisfação e alegria misturada com algo mais, Rouya não sabia o nome, mas não mudava o fato de se encantar com uma família que ria sem preocupações no meio das pessoas, ou  daquele casal que usava de abrigo do frio um ao outro. Ou até mesmo daquele vovô acompanhado de uma... あれええええ?????? (O QUEEEEEE????)
Pediu para parar o carro ao lado do idoso.
- おじいちゃん( vovô), que porra é essa? -  Saru gritou com voz de surpresa - ばあちゃん ( vovó) não vai gostar de saber que você estava na rua com mais uma mulher.
- Ela não vai se irritar se você não falar nada- disse com um tom travesso e um sorriso jovial - né? Lucia chan?
Com isso o avô de Saru se retirou junto de sua acompanhante.
- É bom ver que ele está com saúde, só não sou tão positivo quanto esse hábito dele - Yamato censurou.
- Maa, meu avô não se dobra tão fácil se o assunto for seus vícios. Cabeça dura... - retrucou Saru.
Agora o carro entrava no subterrâneo de um dos edifícios. Ishiyama cumprimentou o guarda dali, que retribuiu com uma leve reverência, e seguiu para o elevador. No último andar estava seu escritório, e para lá ele se dirigiu.

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