Andrômeda
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Évora
Évora
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Data de inscrição : 04/02/2021

Um raio de sol em um dia cinza Empty Um raio de sol em um dia cinza

Ter Fev 16, 2021 1:37 pm
Évora

Évora conseguiu sair do hospital onde havia sido transferida, os médicos e enfermeiros de lá lhe medicaram e não fizeram muitas perguntas sobre os roxos e uma ou duas costelas deslocadas, mesmo se sentindo bem melhor sabia que não poderia permanecer ali, sabia que os agentes da Elite de Caça uma hora iriam investigar os hospitais onde aceitaram as transferências dos pacientes do Hospital Central de Andrômeda, então tratou de pegar suas coisas, já havia descansado demais, e não sentia mais a costela levemente dançando quando andava. Chegado chegou a recepção uma dúvida pesava em sua mente então foi até a recepcionista:

- Pôs não? - uma jovem bela de cabelos castanhos levantou os olhos do monitor e lhe deu um suave sorriso.

- Queria saber se uma paciente foi transferida pra cá, da confusão no Hospital Central de Andrômeda, Letta Augusto Rodriguez - a recepcionista digitou o nome no computador e verificou alguns dados.

- Infelizmente não tem ninguém com esse nome aqui, quer que eu tente rastrear pra você? É parente sua?

- Não, é uma amiga que estava na explosão, mas agradeço - ela deu uma piscadela e saiu do hospital.

O vento frio da noite encheu os seus pulmões, uma sensação bem vinda, pegou uma condução para uma área um pouco afastada do Centro de Andrômeda, seu caminho era em direção a loja de antiguidades do dono que sempre lhe entregava balas de hortelã velhas, mas ainda doces, assim que entrou o choque do homem foi de imediato.

- Bem vin... Oh por Deus, menina o que houve com você? - ele vinha apressadamente lhe trazer mais pra dentro - Você está péssima, e por que essa roupa de enfermeira? Não sabia que você trabalhava no hospital, falando em hospital soube o que aconteceu no Hospital Central? Saiu no jornal e tudo.

- Sim, Sr. Niag, eu soube, eu estava lá - ela dizia com toda calma do mundo, o senhor parou e olhou bem fundo em seus olhos e fez uma cara de raiva.

- Ah Évora-san, já lhe disse, seu poder deve ser usado para transformar, moldar e não para destruir - ele passou por ela e trancava a porta da loja, quando voltou começou  a guia-la pra dentro pelo braço.

- Mas toda transformação não ocorre sem uma destruição de algo? - ela sabia que ele começaria a dar um de seus sermões filosóficos chinês - Mas o assunto é esse, Sr. Niag o que eu fiz era necessário, a Elite havia cercado o hospital, se eu não usasse meu poder possivelmente estaria agora em na prisão para Super-Humanos onde Deus sabe o que eles fazem com pessoas da nossa espécie. Era necessário - ele a conduziu pelas escadas onde daria em seus modesta casa, no caminho ele foi desligando as luzes, indicando que havia fechado a loja.

- Pequena Évora, destruição e transformação são irmãs, mas não são a mesma coisa, necessidade não quer dizer que você deva destruir seus inimigos, você é capaz de moldar Eva - ele parou em frente de uma porta e colocou ambas as mãos no rosto dela - Mas estou feliz que tenha escapado e que está aqui - ele lhe deu um abraço reconfortante, depois abriu a porta e dentro do apartamento havia uma senhora oriental também, ao ver que seu marido estava entrando ela deu um pequeno sorriso, e quando viu Évora logo atrás ela correu, o máximo que sua capacidade poderia permitir, com os braços abertos e comum enorme sorriso no rosto.

- Ah Évora-chan, olhe como você está linda - ela pegou o rosto da jovem em suas mãos - Oh, o que é isso? - ela tirou o cabelo dela da frente de um pequeno roxo próximo de seu olho.

- Não é nada Sra. Niag, eu só caí.

- Ah claro, como se eu nunca tivesse tratado e enfaixado suas mãos menina, ou fizesse um chá em um dia ruim, falando nisso - ela correu em direção a cozinha onde uma chaleira apitava - Você quer minha querida, é jasmim! - ela disse em uma empolgação que foi difícil resistir.

- Eu queria pedir uma tesoura e algumas roupas se puder.

- Ah claro claro querida, mas primeiro vá se banhar, depois tomaremos chá.

A Sra. Niag lhe deu uma tesoura e com ela ela tirou os dreads removíveis, foi uma tarefa árdua, estava cheio de sujeira e poeira dos escombros, quando retirou tudo guardou tudo em um grande saco tomou um banho bem demorado, lavou o cabelo 2 vezes com shampoo, passou creme para hidratar, depois condicionador, a tarefa que sempre odiava era pentear seus cachos rebeldes depois, mas ao final ficou até aliviada por ter tomado aquele banho, se sentia tão renovada que até sorriu em frente ao espelho. Quando saiu do banheiro com típicas roubas de ficar em casa sua atenção foi atraída para a TV, principalmente pois o Sr e Sra Niag estavam vidrados vendo as imagens que se passavam, a matéria falava sobre filmagens feitas dentro da Fortaleza Venezuelana, a famosa prisão onde Super-Humanos eram levados quando eram capturados, por mais que eles tentaram cortar uma coisa outra por conta do horário nobre muita coisa passou, claramente feito com uma câmera, ou câmeras amadoras, Super-Humanos sendo torturados, laboratórios, prisões, tudo aquilo foi um choque para Évora, Ainda bem que explodi aquele extintor, Madre de Díos.

- Sr. Niag, aquele jovem que veio outro dia... Ele chegou a voltar? - Évora perguntou mesmo em seu estado catatônico.

- Não, mas se me lembro bem, ele falou que você sabe como encontra-lo, certo? - semblante dele era sério.

- Eu espero.

As notícias iam desde as filmagens até certos protestos contra a tortura contra os Super-Humanos, a própria mídia se movimentava em cima disso, eles pediam o fim da Elite de Caça aos Super Humanos, muitos eram contra enfatizando o que houve quando a cidade se chamava Calistas, do buraco negro exterminando os 3 milhões de habitantes, mas outros enfatizavam que eles eram humanos assim como eles, um desses líderes a favor dos Super-Humanos era a Senadora Sarah Blake, Évora olhava atentamente e ouvia todos os detalhes,

- Sr Niag, se isso for verdade... Se eles estão suspendendo a caçada isso pode significar.... - ela deu um sorriso que se alargava conforme as ideias brotavam em sua mente.

- Significa que podemos andar pelas ruas e parar de se esconder - ele completou, mas seu semblante ainda estava sério - Mas isso não vai impedir o ódio dos humanos contra nós, alguns vão continuar a nos discriminar, até nos caçar, esse laboratório.... essa prisão... Existem pessoas lucrando com isso, e não falo de dinheiro, há sempre pessoas lucrando com a guerra, em cima do sofrimento dos outros.

- Querido - sua esposa que estava ao seu lado colocou a mão gentilmente em seu rosto o fazendo olhá-la nos olhos - Isso pode realmente ser uma coisa boa, o passado tem que ficar no passado, eu sou humana e não o odeio por ter se tornado o que é, e não é culpa sua por... - ela parou de repente como se a dor de falar o que se passou em sua mente fosse grande demais para ouvir em voz alta - Dê uma chance as pessoas, eles só estão com medo.

O Senhor Niag pegou a mão de sua esposa e repousou mais a cabeça nela, Évora só estava ali do lado vendo aquela cena e se lembrando de Letta, ela havia feito a mesma coisa quando a convidou para jantar, isso antes da ratazana do Alberto descobrir onde ela morava.

- Eu preciso encontrar meu irmão - a voz disse em voz alta atraindo a atenção do casal - Se realmente a caçada contra a nossa espécie acabou eu quero encontrá-lo, não poderia antes pois querendo ou não eu atraio muito atenção, mas.... Tem coisas do passado que quero me redimir, há questões a muito enterradas que preciso lidar, eu... Abandonei meu irmão quando mais precisamos ficar juntos, talvez ele tente me matar? Talvez, mas... É um preço que eu estou disposta a pagar, eu só queria antes pedir um favor Sr. Niag, se aparecer uma mulher morena, de cabelos castanhos escuros, olhos meios puxados, cheia de tatuagens, que se chama Letta Rodriguez, pode dar aquela presilha que eu comprei aqui? Ela está no bolso da minha jaqueta, mas eu deixarei ela aqui.

- Eu tomei a liberdade de lavar suas roupas, e eu joguei a sua calça fora, muitos rasgos, não era adequado - a Sra. Niag falou com um sorriso no rosto - Não se preocupe, nós temos vestimentas para uma jovem da sua idade aqui, não precisa se preocupar.

- Ma.... Eu gostava daquela calça.

- Muito inapropriado.

- Mas...

- Inapropriado! - ela falou em voz alta.


Depois de conversas, discussões sobre qual roupa seria mais apropriada para vestir Évora saiu da loja dos Niag com um pouco de receio, olhou para o céu e em volta e percebeu que não havia Vespas, nenhuma, o que era incomum já que a essa hora ela sabia que estariam aos montes pelos céus atentas ao menor sinal de poderes dos super humanos, Vá pelos esgotos..., foi o que Niag havia falado, Ao Sul, pelos esgotos..., pegou uma condução para o Sul da cidade, Talvez ele tenha recebido a notícia... Talvez ele esteja agora andando pela cidade... Ficar nos esgotos não seria bom pra ele, ele precisa de luz, então se ele está ao Sul, ele não pode se mostrar muito, e eu não fui quando ele falou com Niag, mas me conhecendo e eu o conhecendo... Ele iria... Pra Casa, um arrepio passou por seu corpo todo, casa, isso significava lembranças, casa significava dor, casa significava Ele, casa significava Ela, casa significava sangue.

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Um raio de sol em um dia cinza Empty Re: Um raio de sol em um dia cinza

Ter Fev 16, 2021 10:51 pm
Évora

Évora teve que pegar outras conduções, suas mãos estavam suadas e seu coração batia forte e acelerado, mas parecia que suas pernas lhe levavam pelo caminho automaticamente, faziam anos que não seguia esse curso, mas parecia tão natural como se estivesse voltando depois de um dia cansativo de trabalho, como se nunca tivesse saído e ficado longe até do Centro durante anos. cruzou ruas, subiu ladeiras, parou poucos metros da onde sabia que era sua casa, passou por um dos bares onde sabia que Ele frequentava, ainda era a mesma imagem de antes, pessoas bebendo, música ruim no ar, cheiro de cigarro e perfume barato, todos rindo e não ligando ao que acontece a sua volta, ela continuou, cruzou uma, duas, três e lá estava, uma casa simples, com um muro pequeno, claramente abandonado, uma lágrima escorreu, depois outra, Évora rapidamente as secou e como que automaticamente procurou no muro uma pedra que estava solta, ela ficava fixa até até aqueles, que sabiam qual era, a tirar e descobrir o esconderijo onde se escondia a chave reserva, principalmente quando tinham que trocar pra ele não entrar. A chave estava lá, assim como imaginou que estaria, suas mãos tremiam, suavam frio, Évora olhou pros lados e colocou a chave no portão e rodou, sentiu e ouviu o click e com um rangido alto o portão se abriu, uma fina camada de poeira desceu, Eu esperava mais, ela pensou e entrou.

A distância entre o muro e a casa não era grande demais, mas pareceria que a distância era muito maior do que parecia, imagens surgiam, ela e Hélios correndo por ali, com ela, sentada a porta com um doce sorriso no rosto, também quando o irmão deu soco no pai para tirá-lo da casa e a polícia vindo logo em seguida, depois a imagem dela batendo no pai pra expulsá-lo dali, mas a imagem que mais ficava presente não eram o que ocorriam ali, mas sim dentro de casa, ela teve o impulso se sair, não encarar os demônios que viviam naquela casa, mas ela não podia, não daquela vez, tinha que ver o irmão, quando deu por si sua mão segurava a maçaneta com força, quando voltou os olhos de volta para casa viu uma luz fraca que antes não estava lá, estava na sala, tinha certeza, ela andou menos de 10 passos largos e chegou a porta que estava aberta quando se aproximou e mais uma vez um rangido, mas agora suave, foi ouvido.

- Eu, sinceramente, achei que você não viria - uma voz masculina foi ouvida assim que a porta se abriu, mal dando tempo dela entrar, ela deu um suspiro e entrou fechando a porta atrás de si e deu alguns passos e viu um jovem moreno, sentado em uma cadeira com uma vela próximo, ele levantou os olhos assim que ela apareceu - Eva - ele deu um pequeno sorriso.

- Eu... Eu admito que quase não vinha, principalmente quando deduzi... Que você viria pra cá - Évora sentia as lágrimas vindo em grande quantidade, sua voz embargou um pouco no final, mas ela tentava se manter firme - o Sr. Niag me disse que você... foi até ele e perguntou por mim, como foi que...?

- Eu entrei naquela loja pra encontrar algo específico, e aproveitei pra perguntar sobre alguém com as suas características, o que foi a minha sorte, Évora-san - ele deu uma risada - Faz muito tempo Eve - ele se levantou e andou em sua direção, Évora ficou parada esperando qualquer coisa, um soco, um tapa, mas ele ergueu os braços e lhe abraçou forte - Por que ficou longe por tanto tempo irmã?

- Eu... Achei que estava te protegendo assim, achei que ficaria bem sem mim, mas dai veio a Elite, os Drones, conheci pessoas, pessoas más, matei pessoas, destruí propriedades, arrumei muita briga, não queria te envolver em toda a minha merda Heli - ela o abraçava deixando as lágrimas se derramassem livremente, sempre foi assim, ela não conseguia ser durona com ele, ele sempre conseguia passar por suas defesas e saber o que se passava em seu ser, e sempre a fez se sentir confortável o suficiente para se deixar chorar, se deixar ser frágil, talvez pelo fato d que eram gêmeos e sua ligação era forte. De leve ela sentia que ele também estava chorando - Eu queria fugir dos meus demônios, e você me trás justamente pra esse lugar, você é um merdinha mesmo - ela fala encarando o irmão ainda abraçados.

- Por mais que eu odeie essa casa eu sabia que no final você acabaria sabendo que eu viria pra cá, é como uma licença poética, os filhos pródigos voltam ao lar, ou o que sobrou dele - ele olhou em volta com um misto de nojo e tristeza - As vezes não acredito que ela morreu aqui, ela merecia mais... - ele olhava em direção a cozinha - Bom - ele disse saindo rápido de sua melancolia - Agora que não estamos mais sendo caçados, podemos sair daqui lado a lado e agora que nos encontramos eu não pretendo sair do seu lado por nada nesse mundo, não deixarei que nos separem, não era o que ela iria querer.

- Vai ver que ficar ao meu lado é uma jornada complicada e cheia de explosões - Évora disse que com um pequeno sorriso no rosto.

- Eva, eu compartilhei 9 meses contigo, nasci só alguns segundo antes, mas desde aquela época eu já sei que viver com você é viver em uma vida sem tédio, agora vamos irmã, quero respirar o doce ar fresco da noite, pelo menos até os humanos voltarem atrás em sua caçada, MAS, por hoje, eu só quero aproveitar a noite com a minha irmã - ele disse indo para a porta e abrindo para ela passar.

- Bom, podemos ir no Centro, eu conheço uma loja de tacos maravilhosa, pimenta extra com pimentão verde? - ela dizia olhando pra ele com um sorriso.

- Assim você me conquista Eve.

Os dois riram e andaram agora mais aliviados para pegar uma condução que ia direto pro Centro de Andrômeda, no caminho ela contou o que havia feito, contou sobre Letta e o sobre os últimos acontecimentos.

- Eu sabia! Sabia que era você, principalmente quando falaram que estavam caçando um Super-Humano, de algum jeito eu sabia, você nunca foi de ser delicada quando briga.

- Não poderia deixar eles me pegarem, você viu o que eles faziam com os super humanos? - ela disse ainda sentindo o arrepio pelas imagens - Não poderia deixar que me pegassem, mas por isso a Letta pagou um preço muito grande.

Os olhos de Hélios a encaravam por alguns instantes.

- Você deve gostar bastante dela irmã, essa Letta deve ser uma mulher bem bonita mesmo - ele disse com um sorrisinho.

- Não vamos entrar neste assunto.

- Por que?

- Porque não é da sua conta.

- Claro que é, somos irmãos, não tem ninguém mais certo pra você conversar do que seu irmão gêmeos mais velho, tem?

Évora não tinha argumentos contra aquilo, mas preferiu ficar em silêncio com um sorriso no rosto.

Évora no ônibus:

Hélios:


Vida:33/33

Energia:3/4
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