Las palabras no dichas

Lexie se sentia frustrada devido ao treinamento, analisava o próprio corpo nu pelo espelho de seu quarto enquanto refazia alguns pontos perto da coxa. Parecia que só havia gastado energia para nada, o aprendizado havia sido perda de tempo já que as técnicas tentou elaborar sozinha sem nenhuma orientação de Gaia. Na realidade, a insegurança havia tomado seus pensamentos por alguns dias, apesar das boas notícias que corriam por Andrômeda, como poder ir ao mercado sem correr o risco de sermos checados e presos. A jovem ainda sentia que algo não estava certo em si e não estava aceitando muito bem suas falhas.
-Já se passaram alguns dias. - Disse Dylan sentado em sua cama.
-E você deveria voltar logo para o seu quarto. - Respondeu ela quase finalizando a costura. - Irá amanhecer, nossos pais vão levantar e você ainda está aí.
-Você se preocupa demais com as coisas, com que os outros vão falar, com que os outros vão achar. - Disse ele meio ríspido.
-Isso é uma crítica?
-Construtiva. - Ele estava irritado. - Sei lá, Lexie, pensa bem, somos adultos super humanos que vivem com os pais e nos amamos antes de tudo isso, se tivéssemos falado talvez eles nem ligassem e não estaríamos tentando nos enganar todos os dias quando prometemos que será a última vez. Podíamos ter ido à faculdade juntos, porque você tinha capacidade de ir antes que muitos do último ano e você não correu atrás, tudo para evitar de me ver com tanta frequência. Você sempre teve medo.
-Você nunca falou comigo assim…
-Desculpa, eu só estou cansado dessa situação. E agora que temos liberdade pela cidade. Caramba, podíamos ir embora dessa casa e morar juntos.
-O que você quer dizer com tudo isso?
Ele abriu a boca para fazer o pedido, mas hesitou, porque teve medo de como ela reagiria. Lexie tinha razão, ele nunca havia reagido desse jeito com ela antes, e ela claramente estava estranhando seu comportamento, estranhando e ressentida com as palavras duras. Seus olhos estavam brilhantes, mais algumas palavras e ela estava a ponto de chorar.
E ela iria, mas não por causa das palavras duras que ele havia dito, e sim porque ele havia tido coragem de chegar a certo ponto que ela realmente queria esperava que um dia ele decidisse. Lexie sempre esperou que a decisão de ficarem juntos dependia dele, pois quando sentaram para conversar se contariam ou não, ele apenas assentiu e ainda confirmou que seria a melhor escolha a se fazer, abraçou-a e ficou alguns dias sem conversar com ela na escola. Sendo que Lexie esperava que ele desse suporte e que fosse com ela conversar com os pais. E os olhos lacrimejaram de emoção, pois por um momento acreditou que ele pediria.
-Esquece. - Ele deu uma pausa. - Vem deitar mais um pouco.
A jovem soltou um sorriso para enganar a frustração que sentia. Olhou novamente para o espelho se deparando o corpo ainda nu e desligou a luz, aconchegou-se ao lado dele e permaneceu quieta, deixou algumas lágrimas rolarem no peito largo dele.
Dylan sentiu, assustou-se e perguntou:
-Está tudo bem?
-Sim. - Disse com uma voz abafada.
Estava escuro, ele tentou vê-la, mas ela virou seu rosto rapidamente para mais perto do peito dele.
-Sabe que pode falar comigo.
-Obrigada. Mas não é nada.

A manhã chegou, de mansinho, sem incomodar nenhum dos dois que dividiam a cama tranquilamente, a cortina que deveria estar aberta não anunciou os primeiros raios de sol. Com os corpos quentes, acreditavam que ainda era madrugada e deixaram a confiança falar mais alto depois do beijo de Lexie no pescoço de Dylan, isso era um sinal, desde a primeira, um convite para que as coisas se tornassem mais profundas.
Ele enlaçou seus dedos nos cachos dela e trouxe seu rosto para mais perto, um beijo ardoroso finalizado com simples selinho no final, ela mordeu seu lábio inferior e deslizou a mão para baixo. Dylan sorriu de canto e subiu em cima do corpo de curvas mais belas que já tinha visto. Beijou o rosto dela com ardor enquanto a sentia lhe tocar. Não conseguia pará-la de beijar, estava sendo mais forte que qualquer sensação que antes sentia com ela, na realidade, toda vez que a tinha nos braços era como se fosse a última vez, e sempre era mais denso, mais forte e mais angustiante também.
-Te quiero - Sussurrou ela em seu ouvido fazendo-o revirar os olhos.
-Dios mio! - Era uma voz feminina, era Selena abismada com o que havia acabado de ver. - Zedd!
Ambos se desvincularam naquele instante, Dylan saltou para fora da cama segurando apenas um lençol deixando Lexie totalmente nua que teve que se cobrir com o travesseiro.
-Calma, Selena, eu posso explicar. - Disse Dylan transtornado se levantando. - Não é o que você está pensando.
-¡Mamá, por favor, tranquila!
-Tranquilizarme? - Gritou Selena de volta com uma fúria enorme para cima dos dois. - No puedo creer que vi esto. - Continua a gritar pela casa. - Dios Mio! Dios Mio! Zedd! Tu sabias, no? ¿Sabías que nuestros hijos son amantes? Sabias?
Zedd estava subindo confuso com tanta informação que Selena estava gritar pela casa. Enquanto, Dylan tentava acalmar Lexie que estava tentando controlar a situação mas parecia em vão. A situação parecia cada vez mais propensa a piorar.
-Mamá, ya no somos adolescentes! - Gritou Lexie de volta já vestida. - Éramos novios antes de que ustedes dos se conocieran. Dylan eras mi novio, comprendes?
-Meu pai sabe da história, Selana. - Afirmou Dylan fazendo ambas se calarem. - Éramos namorados antes de vocês se conhecerem, mas não falamos nada por medo.
Lexie o fitou confusa e entendeu o porquê muitas vezes não eram pegos de surpresa com as mensagens de Zedd sempre avisando que estavam chegando. Mas se sentiu traída por Dylan. Por que ele guardaria isso? Por que não havia dito antes?
-No momento que nos casamos, se tornaram irmãos, deveriam ter desfeito isso! - Continuou Selena a brigar com eles. - Foi totalmente nojento.
-Só que a gente se ama. - Disse Dylan. - Infelizmente, ou felizmente.
-Meu amor, entenda o caso deles, não são irmãos e não sabemos disso. Conheceram-se na escola, antes de nós, afinal nos conhecemos em um eventos de pais da própria escola. Mal sabiamos da vida de nossos filhos, como se beijaram, como transaram, eles já estavam há muito tempo juntos. - Zedd tentou acalmá-la.
-Tu… calaté. - Disse Selena seguindo para o quarto deles.
-Tranquila, tranquila, mi amor. - Zedd a seguiu.
E ficaram novamente sozinhos na cozinha. Calados, um evitando o outro a olhar nos olhos. Estava difícil suportar os gritos e o clima que havia se instalado por toda casa. Estava díficil até de respirar perto um do outro. O sentimento de repulsa veio a boca na tentativa de esconder e esquecer tudo o que havia acontecido. Mas foi quebrado pela voz de Lexie.
-Temos super poderes, mas não sabemos lidar com o cotidiano. Isso é uma merda. - Disse Lexie para quebrar o gelo.
-Como eu disse, parece a droga de uma novela mexicana.
-Si, parece mucho. - Disse ela imitando o jeito das atrizes. - Mas muito mal atuada.
Ele riu. O sorriso dele era uma das coisas mais bonitas nele, ela amava vê-lo exatamente daquele jeito. Tranquilo, desleixado e bobo. Era ele todinho e ela o amava.
-Eu amo você, Dylan. - Ela fez uma pausa - Desde que começamos a conversar quando lhe entreguei as fotos eu esperava vê-los mais vezes, mas nunca imaginei que seria assim, para sempre.
-Eu me apaixonei no momento que te vi, Alejandra. E caramba, nós dois somos supers e vamos ter filhos supers. - Disse ele pegando na mão dela.
-Minha mãe vai enlouquecer.
-Mais do que já está? - Disse ele rindo. - Ela vai ficar gritando pela casa: "Dios mío! Zedd eu te disse que era estranho os dois juntos o tempo todo. - Ele começou a imitar Selena.
Ambos riram baixinho para que ela não ouvisse.
-Eu não vou te deixar e espero que você faça o mesmo. - Disse ele se aproximando dela na cozinha.
-Não vou… não vou.